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Indígenas produtores de grãos em MT participam de feira de agronegócio em Brasília


Cerca de 40 indígenas da etnia Pareci participaram da maior feira agropecuária do Planalto Central, a Agrobrasília, durante esta semana. Durante o encontro, em Brasília, o grupo apresentou o trabalho voltado de produção sustentável que desenvolvem em Mato Grosso.


Além da divulgação do projeto, os indígenas puderam trocar experiências com representantes de outras 14 etnias do Brasil que estavam presentes.


O grupo também se reuniu com Guilherme Teodoro, membro da diretoria da Aprosoja Brasil, para apresentar as atividades desenvolvidas.


De acordo com Adilson Muzuiwane, liderança da etnia, o convite para a feira partiu da Fundação Nacional do Índio (Funai) a 15 grupos que desenvolvem trabalhos sustentáveis nas aldeias. Nesse caso, os Pareci são referência.

“O nosso principal objetivo ao participar desse evento foi mostrar os projetos desenvolvidos em nosso território, levando nossa cultura para conhecimento das pessoas e, com isso, buscar linhas de crédito para a manutenção de nossas atividades”, afirma.

A feira contou também com a exposição do que há de melhor e mais inovador no setor agrícola, como máquinas, implementos, biotecnologia, ferramentas para ampliar a agricultura familiar, entre outros.


Projeto desenvolvido pelos Pareci


O trabalho desenvolvido na terra mato-grossense é reconhecido por aliar cultivo e preservação. Do total de 1,3 milhão de hectares em terras, os Paresi Haliti ocupam quase 20 mil hectares com atividade agrícola, e todo o resto é preservado. A atividade, além de manter viva a cultura e a tradição do grupo, é uma oportunidade para a geração de emprego e renda.


Quatro cooperativas atuam conjuntamente nas lavouras, a Coopiparesi, Coopihanama, Coopermatsene e Coopirio. Destas, três têm representantes na Agrobrasília. Juntas, movimentam a economia local a partir do cultivo de grãos pelas etnias Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki.


"O cooperativismo nas terras indígenas é uma alternativa que tem dado certo, porque une as forças e legaliza a produção para a comercialização", explica a advogada Cássia Souza Lourenço, que faz assessoria jurídica para os indígenas Pareci.


Aproximadamente 3 mil indígenas são diretamente beneficiados com o trabalho. Com o valor obtido na produção dos grãos, as aldeias têm investido na educação de jovens para que concluam o ensino superior e se capacitem.

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