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Agricultores discutem alta carga tributária, criação de imposto único e querem ampliar armazéns


Os produtores rurais apontam a alta carga tributária para o setor primário, a implantação de imposto único para o agronegócio e o pouco espaço para o armazenamento dos grãos são alguns dos principais problemas enfrentados pelo setor, atualmente. Os desafios do agronegócio foram discutidos nesta segunda-feira (2) no Circuito Aprosoja, realizado em Cláudia, na região norte do estado.


Essa é a 15ª edição do evento e tem como foco principal discutir medidas para aliviar a carga tributária paga pelo setor, considerando a importância do segmento para a sociedade e a contribuição para a economia do estado. O tema é “Tributação, quem paga a conta?”.


Muitos produtores possuem dívidas bancárias altas devido ao negócio de risco e ao perecimento da colheita, principalmente quando as condições climáticas não são favoráveis ao plantio de grãos.


O advogado Leonardo Loures (foto em destaque), do escritório Souza e Lourenço Advogados, que acompanha o evento, disse que os agricultores de Mato Grosso só possuem capacidade para estocar 20% da produção, o que prejudica os ganhos financeiros. “Com isso, os agricultores acabam aceitando negociações em valores menores para não perder a produção”, disse.


De acordo com Leonardo, muitos produtores possuem dívidas bancárias altas. O bom desempenho depende não apenas do trabalho, mas de outros fatores.


Tanto os pequenos quanto os grandes produtores podem obter benefícios com o financiamento e renegociação a juros baixos.


“É possível reduzir o valor da dívida, rever os prazos e encontrar a melhor solução para o cliente. Para o setor agropecuário, há bancos e cooperativas com diferentes linhas de crédito e facilidades no pagamento”, explica.


Por ser o setor primário, a agricultura e agropecuária são atingidos por um emaranhado de tributos, com carga que prejudica o crescimento e até mesmo o investimento em ações importantes, como ações voltadas para questões ambientais (sustentáveis).


Conforme o Manual do Crédito Rural (MCR), a dificuldade na comercialização dos produtos, a frustração de safras por fatores adversos, como condições climáticas, por exemplo, são alguns dos motivos que podem comprovar a incapacidade de pagamento do produtor.


“Nessas situações, o banco analisa o caso e pode renegociar o débito, reduzindo taxas e estabelecendo novos prazos”, pontuou.


O Circuito Aprosoja começou em Claudia e vai seguir pelos municípios de Sinop, Vera, Sorriso, Ipiranga do Norte, Tapurah, Porto dos Gaúchos, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. O evento é realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).



Na abertura, um dos palestrantes foi o professor Marcos Cintra, autor da proposta de criação do Imposto Único, que prevê a substituição de todos os tributos de natureza declaratória por apenas um. Haveria uma alíquota incidente sobre cada parte de uma transação bancária.


Com o Imposto Único, seriam eliminadas as exigências de emissão de notas fiscais, preenchimento de guias de arrecadação, declarações de renda ou de bens e de qualquer outra formalidade fiscal.

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